- @rgpatrickoficial
Laços - Capitulo 39
Atualizado: 11 de Set de 2020
Todo mundo exagerou na noite passada, então dormiram até tarde.
Eu acordei pouco cedo, escovei os dentes e fui para a área, onde a Alzira e Ana estava fazendo café.
Ajudei limpando a mesa, e colocando a louça para lavar, elas terminam um bolo, colocam umas frutas e queijo, doce na mesa.
Fui chamar o Marcos que estava até roncando de tão cansado.
Na cama ele estava todo enrolado nos cobertores, eu vou subindo e puxo, tirando seu cabelo do rosto, falando bem perto do seu rosto;
- Amor, bom dia. – Beijo seu cabelo.
Ele resmunga, eu repito e ele abre aqueles olhos claros;
- Eu estou de férias, me deixa dormir.
Já fechei a cara, cortando todo o clima;
- Vim te chamar para tomar café comigo, como um casal. Mas fica nessa cama, leva ela para Goiânia.
Ele me abraça, segurando forte;
- Vem aqui amor, briga comigo, briga.
Rindo abraço ele forte;
- Levanta vai! Vou chamar os meninos. – Eu me levanto.
- Te amo. – Ele diz puxando o cobertor, e se espreguiçando.
Sai do quarto encontrando com a Nicole, de cabelo igual uma vassoura, e toda torta;
- Bom dia! Não fala nada. – Ela abre a mão passando.
- To calado. – Começo a rir.
Nicole entra no banheiro e vou no quarto dos meninos, ao abrir a porta, Bento, Daniel e Wilker dormindo os três no chão.
Bento a esquerda, Daniel abraçado com o irmão que estava de moletom e bermuda.
Quando abro a porta meu pequeno me olha, passa a mãozinha no rosto e eu me ajoelho no colchão.
Daniel se senta eu puxo abraçando ele;
- Bom dia amor.
- Bom dia.
Quando ele responde, Bento acorda se esticando na cama. Wilker olha, e puxa o travesseiro cobrindo o rosto;
- Vamos escovar esses dentes? – Falo beijando o Daniel. – Café está pronto, levanta Bento.
- Já vou. – Ele responde se sentando, e bocejando.
- Café está na mesa filho, levanta. – Falo batendo na bunda do Wilker.
Consegui colocar todos na mesa, ninguém com coragem, todos mortos;
- (...) Menino poderia fazer na frente dele, que não iria ver. – Ana dá aquela gargalhada dela.
- Eu não vi que eles beberam, vou dar na cara de vocês. – Falo bravo.
- Eu, Nicole e Bento, acha porque estávamos daquele jeito ontem. – Wilker diz.
- Eu não posso falar, entrei no quarto errado, e estava os três dormindo no chão. – Marcos fala.
- Bento tomou meu lugar, eu deitei do lado do meu irmão. – Daniel nem termina de falar e todos começam a rir.
- Desculpa primo, eu nem sei onde deitei, estava meio alterado, rsrs.
- Ele fala assim, mas estava todo para frente ontem. – Marcos fala de mim.
- É deu para ouvir depois que deitaram. – Ana fala.
Fiquei da cor de um tomate, pois pronto, virou o assunto da mesa. O Marcos entrou na brincadeira deles e caramba;
- Tive que pedir um tempo para ele ontem, eu não sei como fazem essa cachaça aqui não, mas quero levar duas garrafas.
- Cala a boca Marcos. – Falo bravo.
Os meninos rindo, sem graça, mas rindo, rsrs.
Depois desse pequeno show no café da manhã, fui com o Wilker, Nicole, Bento e Marcos na cidade.
Eu fui, pois, iria comprar uns remédios que passei aos funcionários da fazenda, e os meninos iriam comprar balas/munição para uma arma que o Francisco usava para segurança da fazenda. Por isso Marcos o acompanhou, e Bento tinha umas coisas para resolver.
Depois que eu peguei os remédios, os meninos entraram em umas lojas, eu estava no carro respondendo minhas mensagens, aproveitando o “4G”, quando o Wilker aparece;
- PAI. PAI. – Ele grita do outro lado da rua.
Olha vocês sabem, eu ouvi meu filho sabia que algo de errado estava acontecendo. Desci correndo;
- Pai a Nicole, acho que é uma crise. – Ele fala assustado.
- Cadê ela? – Falo atravessando a rua.
Ele corre na frente e eu acompanho, entramos em uma loja de roupas, uma das vendedoras com o copo de agua nas mãos, o Bento abaixado frente a Nicole e ela aparentemente com dificuldade para respirar.
Cheguei já segurando na mão dela com força;
- Wilker tira todo mundo. – Encaro ele.
Ele pede com cuidado para os dois, que se afastam, assustados mais afastam.
- Ei, Ei, Ei querida to aqui. Respira comigo.
Falo fazendo ela olhar em meus olhos, e repetindo a todo momento “Respira comigo”, tentando acalmar ela, para não ter que chegar a ir em um hospital e trazer o mesmo trauma.
Eu fico muito próximo dela, a deixando em segurança;
- Artur eu to com a sensação que vou morrer, é muito estranha.
- Nicole, eu estou aqui, nada vai te acontecer, estou aqui te protegendo.
- Tem algo de errado comigo!
- Você está bem, olha, se lembra. Respira comigo. Inspira... expira...
Ela tremia, uma leva falta de ar que estava tentando controlar, e bem assustada.
Vejo o Marcos aparecer na loja e deixa a sacola com o Wilker que segura ele.
Meu marido desesperado tenta se soltar, e percebo de longe Wilker dando-lhe uma bronca;
“- Agora que ela se acalmou, não vai fazer merda. ”
Nicole só não vê, por estar com a cabeça em meu ombro, ele se aproxima, passa a mão no rosto, Marcos estava pálido.
Ele me olha e eu me levanto, ela olha, e respira fundo, querendo chorar;
- Marcos mostra para Nicole que ela está segura. – Falo com ele pegando na mão dela.
- Eu estou aqui, nada está errado, não vai te acontecer nada, porque eu estou com você meu amor. Nicole você é forte e você pode tudo minha vida. – Ele diz abraçado com ela.
Eu vou agradecer e pedir desculpas para a vendedora, que foi bem-educada e generosa.
Ela não se acalmou, mas seu pai passou a segurança necessária para Nicole conseguir sair de dentro do local;
- Isso sempre acontece? – Bento questiona próximo ao carro.
- Na verdade tem um tempo que não. – Wilker responde.
- Terminaram o que tinha que fazer? – Pergunto aos dois.
- Sim.
Ótimo, pois entramos e seguimos para a fazenda, ela precisava de um banho bem quente e comer um doce.
O Marcos foi calado, e tão concentrado na filha que deixou o Wilker dirigir.
Na fazenda, ele saiu com ela, e depois a colocou no quarto. Eu fiquei de fora conversando com todos e tals.
Ele sai com o telefone, estava falando com alguém. Marcos sai falando e se senta na mesa, deixando todo mundo em silencio, prestando atenção no que ele estava falando;
- Tudo bem, obrigado. – Ele desliga.
- E então amor? – Pergunto chegando apertando seu ombro.
- O doutor pediu que levasse ela, eu vou voltar hoje com ela. – Ele olha.
- Vou com vocês Marcos. – Eu me sento ao seu lado.
- Precisamos ir também? – Wilker pergunta.
- É pai, eu quero ficar. – Daniel completa.
- Podem ficar, ainda tem uns dias. – Marcos diz. – Né amor?
- Sim, podem sim. Ela está dormindo?
- Ficou no quarto, deitou com os fones de ouvido, vou ficar com ela, você arruma nossas coisas?
- Arrumo, pode ir.
- A última foi desse jeito? A última crise Wilker? – Marcos pergunta.
- Não, foi muito pior, ela se controlou dessa vez.
- Não foi a última amor, ela vem tendo várias, de menor magnitude, mas tem algumas.
Ele respira fundo e sai calado.
Todo mundo fica meio sem o que falar;
- Vamos comigo primo? Vou no estabulo. – Bento sai e Wilker acompanha ele.
- Artur tem um remédio de dor de cabeça aqui? – Ana pergunta.
- Sim, calma aí. – Falo levantando.
Vou com cuidado no quarto, e pego a bolsa saindo, Marcos estava abraçado com a filha, que estava de cobertor, toda encolhida e quieta.
Ao sair questiono a Ana;
- Tem um mais forte e um mais fraco, qual vai querer? – Mostro ambos.
- O mais forte.
- Mulher, rsrs. – Entrego o comprimido.
Ela pega um copo com agua e eu pego o estetoscópio, ela sorri quando eu coloco em suas costas. Depois confiro suas pupilas;
- Escuta você tem Glaucoma, ou algo do tipo?
- Pergunta o que eu não tenho filho.
- Senta Ana, por favor.
Faço um segundo teste, e vou conversando com ela;
- Escuta, vai embora com a gente ou vai ficar com os meninos? – Falo guardando as coisas.
- Eu quero ir, mas se preferir fico com o Daniel.
- Não, mulher, que bom, vamos fazer uns exames.
- Rsrs, não tem mais surpresas aqui não querido. – Ela se levanta.
- Espero.