- @rgpatrickoficial
INFAME Capitulo 8
Na manhã de sábado, estava tomando café junto com meu filho o Henrique, quando recebo um e-mail.
Era uma negociação da venda de um projeto que negociei fazia meses, e obtive resposta hoje.
Peguei o número e marcamos um jantar na casa deles, como sabiam da história toda, foram muito educados, e claro para passar aquela boa impressão e chegar a “venda”, eu iria levar os meninos.
- Cadê seu irmão? – Pergunto Henrique.
- No quarto dele.
- Chegaram tarde assim do cinema? - Pergunto.
- Não.
- Henry chegou essa madrugada, estava na festa, na casa de uns amigos da nova escola.
- Amigos? O Henry fez amigos na escola nova?
- Sim, senhor.
- Geralda na quinta-feira temos um jantar, muito importante, anote aí na agenda.
Falo me limpando e levantando, subo as escadas e entro no quarto do Henry;
- Meu filho! Acorda. – Falo abrindo a cortina. – Preciso falar com você.
Ele se revira na cama, resmungando;
- Geralda, deixa... – Henry tenta dizer algo.
- Henry acorda, preciso falar com você! – Falo puxando seu cobertor.
Ele olha a claridade, protege os olhos e resmunga novamente;
- Não pode me enviar uma mensagem? Sempre faz assim. – Fala ele colocando a cabeça no travesseiro.
- Quinta-Feira tem um jantar na casa dos Mori Almeida, você e seu irmão vão me acompanhar.
- Beleza.
- Henry. – Falo chamando sua atenção novamente. – É importante, não marque nada, está me ouvindo?
- Já falei beleza, poxa.
Sai do quarto e ele grita de lá;
- Fecha a porta.
Nesse sábado à tarde eu iria em um coquetel na casa da família de Martin.
Sinceramente nem lembro o que meu pai veio me dizer essa manhã, achei que ele estava falando desse evento chato, e só depois descobri que não.
De toda a forma, fui ao Coquetel, pelo meu amigo o Martin, e todo o colégio e pessoas influentes, do meio onde eu vivia estariam reunidas.
De camisa social branca, e calça jeans, usando um sapato formal, pela ocasião, cheguei junto a Kaique. Pessoal a cada pessoa que passava e cumprimentava, eram as mesmas perguntas, e seu pai? E a empresa?
O pessoal da “minha idade”, estavam reunidos bem no meio, onde estava um sofá, abaixo do lustre imenso da sala;
- Oi, Oi, Oi... Heloise. – Falo cumprimentando todos.
Trocamos umas ideias rápidas, e os meninos tocaram no assunto do futebol, até porque quase que o time do Objetivo inteiro estava reunido;
- (...) Colocamos o Samuel na sua posição, mas eu mudei todo o time, trouxe o Martin para o Gol e estou cuidado do meio campo, assim sua falta não será tão sentida entende. – Comenta o Kaique.
Ele estava sentado ao lado do Samuel, eu no braço do sofá, ao lado de Heloise e Martin;
- Inteligente, o Samuca cuida bem do ataque, cuidado com esse gol. – Falo tirando uma com a cara do Martin.
Todos dão uma risada e o Martim pergunta;
- Vai jogar no time do Santa Catarina? - Isso sim, tira gargalhadas da galera.
E eu nem falei nada, acompanhei os sorrisos;
- Larga de ser idiota Martin, o Henry? Henry Montalvan protegendo um bando de favelados na quadra? É só você mesmo, para achar isso. – Fala o Samuel de pé.
Ele gesticulava apontando o dedo para mim;
- Ele faria dupla com o Iago, aí eu boto fé no ataque da escolinha. – Comenta o Kaique.
Ai todo mundo rindo e eu soando;
- Falam assim porque não estudam lá, tem sorte para a porra, seus paus no cu. – Falo tentando mudar de assunto.
- Cara não te mostrei o carro que meu pai me deu, cola ai... Você também não viu né Samuel, chega ai. – Fala Martin me chamando.
Acompanhamos ele até a garagem, que ficava dois andares abaixo, no elevador, eu questiono;
- Heloise está ficando com alguém? Vocês sabem? – Pergunto.
- Não! – Os dois respondem na mesma hora, sem hesitar.
- Beleza, vou dar ideia nela, que acha Martin? – Digo cutucando em seu braço.
- Acho melhor não Henry, ouvi ela comentar ontem estar de TPM, chegou a dar mal resposta no Nolan.
- Eita.
A porta do elevador se abre, e com a luz de presença, elas se acendem.
Mano! Mano! O cara ganhou um Audi R8, tem ideia disso!
- Zero km, meu pai chegou com ele e eu chorei mano, olha isso. – Fala Martin abrindo a porta. – Senta aí, olha o conforto desse carro mano.
Chego a ficar triste de lembrar deste dia.
Quando voltamos, ainda conversando sobre o carro, meu pai envia mensagens, lembrando do tal jantar, foi ai que me liguei, que nem era de hoje. Aproveitei a situação, e questiono os meninos;
- Mano sabe que família é essa, Mori Almeida? – Pergunto para o Martin.
- Você não conhece os Mori Almeida? – Questiona a Heloise, incrédula.
- Não gente. – Respondo com todo mundo me olhando.
- São somente a maior rede hoteleira desse pais, nossa Henry, como você mora em Florianópolis e não os conhece?
- Gente nem sabia que eram tão grandes assim.
- Porque a pergunta?
- Não, nada, só, vi uma notícia com esse nome e o guardei.
- Diz ai Montalvan vai fazer seu aniversário esse ano? – Pergunta Kaique.
- Claro que sim, são 18 anos de pura saúde, acha que não vou fazer a festa do ano? – Falo com tom de zoação para ele.
- Sua família não está quebrada? – Fala a Heloise.
Todo mundo fica em silencio, aguardando minha resposta;
- Estamos quebrados, não mortos. – Respondo piscando para ela.
Os meninos deixam escapar uma risada, mas coloquei ela no seu lugar.
Os meninos estavam falando do jogo no grupo do Whatsapp, e eu fiquei acompanhando e trocando ideias com eles, pois o assunto aqui não estava lá essas coisas.
Raul chama todo mundo para ir à casa de Iago, pois ainda tinha bebidas, e conversamos sobre o jogo, e beber. Acham que eu fiz o que?
- Galera tenho que ir, meu pai está vindo me pegar! – Falo levantando e começando a despedir.
O Kaique me acompanhou até fora, no caminho ele diz;
- Mano falei com o professor, mas não deixou você estar matriculado no Santa Catarina jogar no nosso time, eu tentei. – Kaique fala segurando em meu ombro.
Olha poucas vezes ele mentiu para mim, como naquele dia;
- Tranquilo. – Falo tirando sua mão.
Ele entrou, e eu fui para a casa dos meninos.