- @rgpatrickoficial
INFAME - Capitulo 25
Meu pai não deixou eu ir para o jogo no ônibus do colégio, diz ele que teria bagunça demais.
Pessoal cheguei pouco mais cedo no sábado, eu desci do carro já falando com eles;
- Henrique vai com o pai e arruma um lugar para vocês, vou para o vestiário com os meninos. – Falo bagunçando seu cabelo.
- Taaa, para Henry. – Diz ele se afastando.
- Cuidado. – Fala meu pai.
- Relaxa.
Eu entrei e passei por trás do estádio e os meninos estavam descendo do ônibus;
- Fala pessoal. – Digo aos meninos descendo do ônibus.
- Como está? – Questiona o Iago.
- Estou melhor, a dor na cintura melhorou bastante. Vamos entrar.
Seguimos entrando, e todos estavam desanimados, mas tentando mostrar outra coisa, afinal eu que estava debilitado não é mesmo!
Nessa manhã o Gael não havia me cumprimentado, eu então procurei ele entre os meninos, e fui até o banco em que ele estava se trocando;
- Ei! Tudo bem? – Falo sentando do seu lado.
- Sim, e você?
- Beleza. – Falo empurrando sua chuteira. – Não falou comigo antes.
- Desculpa, estou meio confuso, e preocupado com o jogo.
- A polícia irá notificar a família do Kaique, logo o chamaram para um depoimento.
- E seu pai?
- Na verdade eu não sei! Ele não tomou atitude em relação aos Alcântara, é como se estivesse sendo subordinado por eles.
- Relaxa, tudo vai se resolver.
Eu me levantei e todo mundo se calou quando ouvimos a multidão do estádio da cidade gritando.
Fui até o treinador e conversei rápido, ele estava com umas ideias e trocamos rápidas ideias.
- Vamos, preparem galera vamos entrar. – Fala ele seguindo.
Eu sentei no banco de reservas, e realmente o estádio estava bem cheio, afinal era a final dos jogos estudantis do ano, e o Colégio Santa Catarina estava em peso na arquibancada;
- Ei cabeção! Ei cabeção de azul? – Gritava meu irmão da arquibancada logo atrás de mim.
Eu olhando e fazendo careta para ele, que sorria gostosamente.
Os times estraram em quadra, em fileira, o time estava pouco pressionado por causa da arquibancada.
Escutamos o hino nacional, e se posicionaram, então o juiz apitou;
- Vamos, Vamos Gael, Vaaaai. – Grita o treinador.
Eu estava suando, várias e várias vezes, me levantei do banco gritando. Até o primeiro Gol do Santa Catarina, o Iago marcou e saiu gritando como um louco, abraçando os meninos.
Caramba, fiquei tão feliz, mas só gritando mesmo, e vibrando com o Henrique que estava vermelho de tanto gritar.
No passe seguinte foi o Kaique pegar a bola, o Gael na defesa o derruba, mas foi um belo tombo, aparentemente não foi por querer e sim por descuido. Ele caiu e rolou por vários metros, o Juiz marcou Pênalti, mas não era o suficiente.
De longe, onde eu estava o que eu vi foi, Kaique partir para cima de Gael, e o Martin e o Iago, separar e segurar ele.
Não preciso narrar a seguinte jogada, pois Kaique empatou o jogo.
E finalmente o fim do primeiro tempo,
Me levantei para voltar ao vestiário, seguindo o treinador na frente, os meninos todos soados e seguindo logo atrás;
- Da próxima vez olha por onde defende! Parece até que não sabe jogar. – Fala o Kaique.
Aparentemente para o Gael que passava do seu lado;
- Você é que muito mole, eu só encostei em você. – Responde ele todo soado.
- Qual é, ta me tirando? – Kaique fala procurando confusão.
- Mano relaxa, vai caçar confusão aqui. – Martin o segura.
Galera o Kaique se virou contra ele, e a confusão começou;
- Qual é, ta defendendo ele em Martin? Ta comendo? – Fala ele tirando a mão do amigo de seu ombro.
- Qual é você Kaique, esta puto só de olhar pra você, relaxa ai donzela.
Porra, eles se empurraram até o treinador deles entrar no meio, puxando e brigando com os dois.
Eu tomei uma ducha rápida, juntos com os meninos, o treinador conversando com todo mundo, e apressando a gente, para o próximo tempo.
Logo me sequei e vesti outro short e a chuteira, enquanto eu amarrava os cardaços começou uma gritaria no corredor, como se fosse discussão, todos olhamos uns para os outros e eu sai, com o Gael e Raul.
Prestem atenção nesta cena que eu tive o privilégio de ver.
O Rafael Alcântara estava segurando no braço do Kaique no corredor dos vestiários, de frente para o Henry, o cara estava roxo de tanta raiva, era aparente;
- (...) Kaique Alcântara, já te falei o que vai acontecer, agora pede. – Gritava ele com o garoto.
- Não. – Kaique dizia olhando nos olhos do Henry.
- Não criei filho meu para virar bandido, é sua última chance, pede desculpas pelo que fez?
Ele dizia segurando o braço do filho, o treinador e todo mundo olhando assustado;
- “Seu” Rafael vai machucar o garoto. – Dizia o treinador do Kaique.
- É para machucar mesmo.... Vai falar ou não Kaique? – Pergunta novamente.
Kaique somente gesticula que não com a cabeça;
- Relaxa Rafael, pessoas como seu filho são tão pobres que a única coisa que possui é dinheiro. – Fala o Henry.
Rafael sai com o garoto quase que carregado, mano os dois times viram a cena, todo mundo que estava ali, ficamos perplexos e confesso que felizes.
O time retorna para o vestiário, pois ainda tínhamos um jogo para ganhar, o tal Martin se aproxima de Henry e diz;
- Mano eu não tive nada a ver com isso, só quero que saiba. – Martin fala tocando o Henry.
- Sei que estava junto com o Kaique, também vai pagar pelo que fez Martin, o que é seu está guardado. – Fala Henry se virando de costas para o cara.
- Henry eu não fiz nada mano, nem sabia que ele iria fazer isso.
- Ele está falando a verdade Henry. – Diz baixo o Gael.
Puta que me pariu! Henry olhou para ele de um jeito, cara! Nunca vi ele assim;
- O que disse Gael? – Pergunta ele sem entender, de sobrancelhas erguidas.
- Martin ta falando a verdade, ele não fez nada Henry.
- Porque está defendendo ele Gael? – Pergunta o Henry.
- Estávamos trocando mensagens enquanto eu esperava você ir pegar o carro naquela noite. – Gael diz gesticulando com o celular.
- É o Martin o cara que está ficando? – Ele fala apontando o dedo.
Gael gesticula que sim com a cabeça.
- Mano do céu isso aqui está parecendo o “Domingão do Faustão”. – Fala o Raul cruzando os braços.
- Esse cara é um traidor filho da puta Gael, você não conhece o tipo dele, mano não to acreditando. Ta ouvindo isso Iago? – Ele pergunta me olhando.
- Ué o que tem a ver, o cara falou que não sabia mano. – Digo tentando tirar o meu da reta.
- Ele está mentindo. É um mentiroso. – Henry fala com a mão na testa.
- Confia nele Gael? – Pergunta o Raul.
Ele só responde que sim com a cabeça;
- Vamos logo, querem ganhar ou não? – Grita o treinador de fora do vestiário conosco.
Raul levanta os ombros para o Henry e entra, e eu seguindo o Henry fala;
- Iago!
- Mano ele confia no cara.
- E vai acreditar?
- Henry se nós que somos amigos dele, não acreditar, quem vai mano? – Respondo entrando.
Para o Henry o Gael estava “confraternizando” com o inimigo. O cara ficou pilhado nisso.
Entramos no vestiário só para pegar o uniforme, pois perdemos tempo para caralho.
Ao retornar para a quadra o juiz apitou substituição, o Kaique não continuaria jogando, então melhor para a gente.
Gael marcou o seu gol, e logo eu o meu segundo, o Samuel marcou para o Colégio Objetivo, mas já era tarde demais, o apito soou o fim do jogo.
O Colégio Estadual Santa Catarina é Campeão das Interclasses de 2018.