- @rgpatrickoficial
INFAME - Capitulo 20
Entramos, e seguindo no corredor o Raul chega gritando, puxando um coral;
- É CAMPEÃO, SABADO VAMOS SER CAMPEÃO. – Ele passa gritando com alguns meninos do time.
Vários alunos acompanharam eles no barulho, rsrsrs.
Bem primeira aula de física, eu sentado como sempre ao lado do Raul e Henry e Gael em nossa frente, sentados juntos, durante a explicação do professor.
Gael se engasga com agua, eles estavam conversando e Gael não se segurou a rir, meio que se molhou um pouco o professor parou e olhou para eles, que estavam se explodindo para rir;
- Estou atrapalhado Gael? – Fala o professor de braços cruzados.
- Desculpe professor. – Responde o Henry.
- Só acho que estão juntos demais vocês dois, mais um “piu” eu separo os dois estão me entendendo?
- Pode deixar professor. – Responde o Henry.
#Colégio Objetivo
- Vai, Vai, Vai... Chega junto Samuel! Porra mano ta dormindo. Para. Para. – Falo gritando entrando na quadra.
Fui para cima dele, e a bola que sobrou eu chutei com força para seu rumo;
- Que isso Kaique? Ta maluco? – Fala ele desviando.
- Está com medo da bola desgraça? Tem que ir para cima, acha que aquele bando de viado vai ficar esperando você decidir o que fazer é?
- Foi mal cara.
- Da próxima vez acorda.
- Mano está muito bravo, Relaxa? – Fala Samuel segurando em meu braço.
- Me solta cara!
- Qual é?
- O Viado do Martin Sumir no dia do treino, eu mato ele. - DESCANSO. – Grito para o time. – Acredita que meu pai vai tirar o carro, mano eu to puto, não posso mais nada naquela casa.
- É Henry conseguiu acabar com sua vida cara.
- Eu que vou acabar com a dele, começar com a Heloise.
- Ela deixou você postar que estão juntos?
- Sim, e depois com aquele time de merda da favela, um de cada vez. Vamos voltar bando de folgados, RAPIDO. – Falo deixando a prancheta e entrando com o time na quadra.
Passei muito tempo treinando o time, só a falta de um jogador faria nós perdermos, pois estávamos sincronizados, e jogando muito, a taça dos colégios era nossa, eu já sentia o seu cheiro.
Como estava saindo por volta de meio dia e quinze da escola, só nos presentes lá até esse horário.
Eu cheguei no estacionamento e o Gael ainda parado na frente do portão, coloquei os materiais e iria ao seu encontro, e meu celular chama;
- Meu filho ainda está no colégio?
- Sim, porque?
- Vou pegar o carro, tenho que ir para Camboriú.
- Certo, te espero.
Desliguei guardando o celular;
- Ei quer uma carona? – Falo me aproximando.
- Não precisa, vou com... com um amigo. – Ele fala gaguejando.
- Que amigo? – Pergunto.
- Um amigo Henry, ué, tenho amigos além do Santa Catarina.
- Nossa foi mal.
- Não quis ser mal educado.
- Confiante para o jogo de Sábado? – Pergunto puxando assunto.
- Sim, mais ansioso do que o normal.
- Eu também, rsrs.
- Chegou. – Fala Gael seguindo para a esquina.
Ele sai olhando e teclando no celular e percebo um homem olhando ao longe meu carro, mais precisamente me olhando, fui aproximando e pergunto;
- Posso ajudar? – Pergunto com a chave do carro na mão.
Ele estranhamente olhava dentro dos meus olhos, sem piscar;
- Ei, senhor tudo bem?
- Tudo. – Demora, mas responde algo.
- Posso ajudar? – Repito a pergunta.
- Estava passando te achei parecido com um conhecido meu.
- Ah entendi.
Eu apertei o alarme do carro e vejo meu pai chegando, ele então pergunta;
- Qual seu nome?
- Henry e o seu?
- Luiz. – Diz ele estendendo a mão.
Ele dá um passo em minha direção, eu lembro de frisar o olhar em sua mão que estava bastante calejada, possivelmente de trabalho.
- Henry afasta desse homem! – Fala meu pai me puxando pelo braço.
Ele estava muito bravo;
- Sai de perto do meu filho, está me ouvindo. – Meu pai repete me colocando atrás dele.
O tal Luiz saiu correndo, pois até eu me assustei, o motorista do UBER saiu do carro assustado, gente foi muito estranho, muito mesmo;
- Ele ameaçou você? Henry o que ele te falou? – Pergunta meu pai me chacoalhando.
- Só perguntou o meu nome, porque esse show todo. – Falo tentando me soltar. – Quem é ele?
- Não sei, me assustei, por ver apontando para você.
- Ele estendeu a mão pai, só isso, não precisava dar esse show todo.
- Pode encerrar a corrida, eu levo ele. – Meu pai diz para o motorista. – Entra vou te levar para casa.
No caminho ele não disse nada, não quis de forma nenhuma me dizer o porquê, só ficou repetindo que era pela forma que viu o tal cara;
- Beleza se estivesse certo, se o cara estivesse armado, não iria adiantar nada, fazer o que fez pai.
- Vou arrumar uma equipe de segurança para você. Isso mesmo, é o certo. – Fala ele pegando o celular.
- Não, ta louco! Não preciso disso. – Digo com o celular dele em minhas mãos. – Não está querendo cortar gastos?
- Vou transferir você para o Objetivo novamente.
- Ta zoando com a minha cara?
- Você vai voltar a estudar no colégio Objetivo Henry. Deveria ter me falado que tem bandidos rondando o Santa Catarina.
- Ele não é bandido você não ouviu, para com essa implicância. E não vou estudar no Objetivo, agora que consegui fazer amizades na escola.
- Não estou discutindo com você, vai voltar para o Objetivo e ponto Henry.
- Trata eu e o Henrique como um acionista de empresa, não sei o porquê ainda me importo, para você a gente não passa de negócio.
- Henry Castro Montalvan CHEGA.
O primeiro semáforo eu desço do carro, ele fica mais puto ainda;
- Garoto não testa minha paciência. Henry volta para esse carro agora.
Meu pai chegou a descer do carro e chegar a calçada, mas eu o deixo falando sozinho e vou andando, como se ele não estivesse gritando comigo.
Eu desliguei meu Iphone e fui comer algo no algo no Mc’Donalds, cheguei em casa durante a tarde.
Pessoal quando eu subi até meu quarto, meus uniformes do Objetivo estavam sob minha cama;
- GERALDA? – Chamo ela que estava no corredor.
- Oi Henry.
- Que é isso?
- Seu pai ligou, disse que já que você não atende ele, amanhã você vai para o Objetivo e não para o Santa Catarina.
- Isso só pode ser brincadeira.
- Mas você não queria voltar para sua escola Henry? – Fala o Henrique olhando da porta do quarto.
- Não enche Henrique. – Falo entrando e fechando a porta.
Eu tomei um banho e quando fui deitar, fico olhando aquela roupa toda passada e bonita na cama.
Abri a gaveta, peguei uma tesoura e a piquei, literalmente, em vários pedaços, peguei eles e fui ao quarto de meu pai, deixando sob sua cama.
Voltei ao meu quarto, coloquei uma roupa e sai, fui para a casa do Gael, estávamos conversando no Whatsapp e falei para ele contando tudo sabe que estava acontecendo.
Com os pais dele fora de casa, ficamos na areia, sentados um ao lado do outro esperando o pôr do sol;
- Se eu não aparecer amanhã avisa os meninos. – Falo olhando para ele.
- E o jogo?
- Gael eu sei até onde posso ir com meu pai, e acredite, estou bem perto, se não aparecer fale para os meninos, eles confiam em você. E sobre o jogo, eu não sei, mas ainda quero humilhar aquele bando de hipócritas.
- Você está certo, é melhor não desafiar ele assim.
- Pois é.
A Cida vem até a gente e traz dois copos de suco;
- Olha trouxe para vocês, mas vamos entrar meninos, acho que logo vai chover o tempo está querendo fechar.
- Vamos sim Cida. – Diz Gael.
Eu fui beber e olhando o feed do meu facebook, vários amigos comentando os status de relacionamento de Kaique e Heloise, estavam namorando, eu “curte” ainda;
- Olha isso! – Falo mostrando a tela do celular para ele.
- Eles se merecem.
- Sim, dois filhos da puta.
- Está com ciúmes? Ainda sente algo por ela?
- Não, já falei, estou curtindo outra pessoa.
- Entendi. E essa pessoa sabe que está afim? – Ele pergunta deixando o copo vazio na areia.
- Acho que não, na verdade estou confuso, não tenho certeza. Gael como foi quando falou para seus pais de você em?
- Normal, porque é algo normal, disseram que já sabiam, não teve muita graça, eu criei expectativas, e no final das coisas nada aconteceu.
- Haha, e está namorando? – Pergunto com uma cara lerda a ele.
E me surpreendi com a resposta, até porque não esperava, e não sabia;
- Namorando não, mas estou ficando com um cara.
- Hum, e eu conheço esse cara?
Ele sorri, todo sem graça e fala;
- Eu não vou te responder isso. – Mas do jeito que ele disse que arregalei os olhos falando.
- Eu conheço! Caramba Gael, me fala quem é?
- Não Henry, sai fora. – Ele fala se levantando.
- Qual é Gael.
- Não, esquece.