- @rgpatrickoficial
INFAME - Capitulo 11
- Pode ir para casa hoje, vai ser melhor. – Fala a Diretora.
Depois da confusão. Cara minha cabeça chegou a doer só de pensar nessa manhã, sinceramente, percebia a união dessa turma, mas não a esse ponto.
Eu cheguei em casa, almocei, e deitei, dormi a tarde toda, só fui acordar com meu irmão abrindo a porta do quarto.
Ele a empurra lentamente me chamando;
- Henry!
- Oi.
- Papai está te chamando.
- Estou dormindo.
Ele fecha a porta e sai, mas escuto os passos de meu pai entrando no quarto;
- Henry, levanta! Vá tomar um banho e se arrumar, temos o jantar daqui a pouco. – Diz ele ligando as luzes.
- Pai não to afim.
- Você não tem escolha, rápido Henry.
Vocês sabem muito bem, que eu não tenho um relacionamento sadio com meu pai, mas ele não costuma impor ordens, somente quando realmente é importante.
Ele diz, saindo e fechando a porta, eu vou ainda sonolento para o banheiro, tomei um banho demorado.
E logo que saio enrolado na tolha, Geralda deixa uma roupa passada na minha cama;
- É formal essa festa? – Pergunto.
- É somente um jantar meu filho, passei sua camisa favorita, a calça pode usar uma jeans mesmo, e eu usaria aquela gravata preta slin. – Fala Geralda colocando ela na cama.
- Você não existe.
- Se troca, parece ser importante para ele.
- Pode deixar, quer ajuda com o Henrique? – Pergunto procurando uma cueca.
- Já está pronto, e sentado no sofá lá em baixo, rsrs.
- Geralda esquenta um copo de leite para mim, nunca tem comida nestes jantares. – Falo quando ela fecha a porta.
- Pode deixar.
Me troquei, colocando uma calça de sara mais comportada, a camisa que Geralda passou era social, de cor roxa muito linda, e fica mais ainda com uma gravata preta. Me troquei e sequei o cabelo de lado, como sempre faço.
Desci antes de meu pai, para mastigar algo, ou era ficar com fome o resto da noite, sempre nestes jantares de negócio, todo mundo fica falando a noite toda e esquecem de comer.
Desci as escadas, indo para a cozinha e não vejo o Henrique no sofá, Geralda deixou o copo de leite no balcão, tomei ele olhando na geladeira se tinha mais algo;
- Ta fazendo o que Henry? - Pergunta meu pai entrando na cozinha.
- Comendo, já que nestes jantares nunca tem comida.
- Não vai sujar a camisa... Que está comendo.
- Acho que é peito de peru.
- Cadê seu irmão?
- Aqui. – Grita o pequeno descendo das escadas com a Geralda. – Estava escovando os dentes.
- Ótimo, vamos. Henry escova os dentes, vou pegar o carro.
- Beleza.
Pessoal meu pai foi indo para o rumo de Jurerê Internacional, é onde estão os mais e mais ricos de Florianópolis, casas maravilhosas, lugar só de quem tem muita grana.
Quando ele parou o carro eu já fiquei de boca aberta, uma das poucas casas de frente para o mar, uma mansão muito foda.
Descemos, já peguei na mão do meu irmão e meu pai dizendo;
- Henrique, por favor!
Ele é muito elétrico gente, vocês não têm ideia. Uma senhora abre já cumprimentando meu pai;
- Boa Noite Elias, como vai?
- Ótimo e a senhora?
- Vou bem, entre... Ai mas que meninos mais lindos... Você deve ser o Henry, que homem bonito... E você é o?
- HENRIQUE. – Meu irmão praticamente grita para a tia galera.
- Henrique ela não é surda não. – Falo apertando a mão dele.
Gente ela ria tanto, mas foi engraçado.
- Eu sou a Marli, podem entrar fiquem à vontade.
Entramos já com o gelo quebrado;
- Olha quem chegou, Elias!
- Olá Senhor Bento, como vai?
- Vou bem... Fala garoto!
- Olá, prazer Henry.
- Prazer meu filho, e você o HENRIQUE? – Fala ele gritando.
Gente meu irmão estava intimo já, gritando com os velhos, eu olhava para o meu pai querendo rir, mas estava me controlando;
- Gente entra, fica à vontade... – Fala o senhor entrando na imensa casa adentro. – Marli cadê o... Ah meu filho temos visita. – Fala ele entrando na sala.
Quando eu entro o Gael sentado no sofá vermelho. Eu fiquei olhando sem entender nada, comecei a soar;
- Olá, Prazer Gael! – Fala ele apertando a mão do meu pai.
Depois do Henrique e a minha;
- É dona Marli, onde fica o banheiro? – Pergunto passando a mão no rosto.
- Gael acompanhe ele por favor.
Ai não!
- Por aqui. – Fala ele seguindo a frente.
Abre a porta e vira as costas saindo. Gente ele estava com uma roupa foda viu, aquelas calças de Alfaiataria, e uma camiseta normal, cinza, muito bem vestido viu.
Mas como assim, o cara podre de rico, estudando no colégio público, meu cérebro deu pane naquele banheiro, o pior? Meu pai depende deles, e se o cara abrir a boca? Ou se já falou algo, cara do céu.
Quando eu volto para a sala, estão sentados e conversando, o Gael já me olha soltando faísca.
Me sentei, uma empregada oferece alguma coisa, eu sem saber o que é pego comendo, afinal com a boca cheia não dá para conversar.
Ficou assim, os três adultos em um lado conversando e eu junto os meninos praticamente calados, meu irmão estava com meu celular, então não conta;
- Vai mudar de sala? – Pergunta o Gael.
- Não sou de fugir dos meus problemas, vou continuar. – Falo baixo. - Não sabia que você tinha dinheiro. – Comento.
- Isso muda alguma coisa? Se eu tiver mais dinheiro que você não teria preconceito? – Ele fala sem pestanejar.
- Não tenho preconceito.
- “Só não toca em mim”, me parece um belo exemplo.
- Fiquei puto, você não falou nada, estava querendo algo comigo? Tinha esperança é?
- Haha’ aí como você é hipócrita. Se acha mesmo né Henry. Ninguém daquele colégio quer nem ficar perto de você, imagine afim.
- Vai saber! Mas que poderia ter dito, poderia.
- Você por acaso chega na roda de amigos falando ser hetero?
- É diferente Gael.
- Diferente como Henry? – Ele fala pouco alto demais.
Sua mãe dá uma olhada, meu pai me olha, que se traduzir seus olhos, era nunca querer ter filho;
- Gael! – Ela fala chamando sua atenção.
- Me desculpe. – Ele diz.
- Senhora o Jantar está pronto. – Fala a empregada na sala.
Gente eu não sei o que estavam pensando, rodei que rodei a mesa e parei sentado de frente para ele.
- Henrique, de fora para dentro, lembra? – Falo para ele sob os talheres.
Rindo ele confirma;
- Lembro sim cabeção.
- Não se preocupe com os talheres pequeno, pedi um menu diferente para você. – Fala a dona Marli.
Gente na boa, eu queria comer os pratos do meu irmão, eu comendo salada de entrada e ele um puré muito cheiroso. O prato principal vem galeto, e ele um belo filé, todo cortado, preparado, gente que era aquilo.
Quase coloquei na boca dele, e na minha também é claro.
Eu tive paz somente no jantar, depois inventaram entrar no escritório, e mandar a gente subir, para o quarto do Gael.
Gente que lugar mais foda, tinha um ambiente com sofá, uma TV imensa, e escadaria até sua cama, que fica em um lugar mais acima, uma decoração do caralho;
- Cara você tem o PlayStation 2! Tem tanto tempo que não vejo um, meu pai trocou o nosso e ninguém lá em casa gosta do XBOX. – Fala meu irmão, olhando os jogos.
- Quer jogar? Escolhe aí. – Ele diz.
- Você tem o GTA, posso jogar Henry? – Pergunta me olhando.
- Pode sim. – Falo encostado na porta.
Ele liga e Gael tira o casaco que estava;
- Que foi não vai entrar? Ou tem medo de encostar em alguma coisa.
- Calma, também não é assim.
- Não é o que parece.
- Foi mal ta! Me desculpe. Não quis te ofender. – Falo sentando a beira da cama.
- Pois ofendeu, e muito.
- Me desculpe, mesmo.
- Os meninos estão loucos para te pegar, muito mesmo.
- A escola inteira está. Te protegem porque você é rico?
- Não, porque mesmo depois de ficar rico, eu continuei sendo o melhor amigo deles, mesmo depois de minha vida mudar, eu não mudei com meus amigos, e meus amigos não mudaram comigo.